A Polícia Militar de Pedro Gomes(MS), recebeu denúncia de altíssima credibilidade: uma voz anônima, destemida e sem rosto, denunciou que os célebres empreendedores J.S.A. e V. M. P. DA S. estavam a caminho de nossa pacata urbe, vindos das terras exóticas de Coxim. A missão deles? Abastecer o mercado local com “ervas finas” para a alegria da rapaziada.

É importante contextualizar que o Sr. V. ou “Frango” como era conhecido nos bastidores policiais, era uma figura notória. Há tempos vinha sendo monitorado com a paciência de um gato observando um rato que acha que é esperto demais. Ele sempre escapulía por um triz, cantando vitória nas quebradas como um galo que acredita ter inventado o amanhecer. Seu bordão era: “A Lei nunca me põe na chiqueira!”. Pois é, Frango. Até o milho acaba.

Diante da nova pista anônima, os PM’s partiram para uma ação de alto risco: ficar parados na entrada da cidade. Eis que, como um presente de grego, surge o ônibus “Expresso Mato Grosso”, a carruagem que traria o desfecho épico para a nossa saga.

Seguiram o veículo até a rodoviária com a discrição de um boi em loja de cristais. Os passageiros desembarcavam, mas nossos astros, Júnior e o autointitulado “Frango”, pareciam relutantes em deixar o palco. Um herói fardado resolveu investigar o interior da nave e deparou-se com a cena: os dois, num ato digno de um show de calouros, tentavam esconder mochilas sob um banco. O detalhe sensorial era incontestável: um “forte odor característico de maconha” que impregnava o veículo – basicamente, um incenso de procedência duvidosa que delatava a dupla mais do que um megafone.

A “fundada suspeita” (leia-se: o cheiro era de dar dor de cabeça num zoológico) se confirmou. Os suspeitos convidados a descer. O Frango, acostumado com a rotina, já devia estar ensaiando seu discurso de “não é meu, tô de passagem”. Mas a sorte, desta vez, tinha um cheiro bem específico. A busca pessoal revelou o tesouro: aproximadamente 3kg da “erva maldita”. A divisão de bens foi justa: Frango, com sua mochila vermelha e espírito de Líder, carregava a maior parte, 2kg. Já a mochila preta, era o ajudante de ordens, o “franguinho” que segue o bando, com 1kg.

Confrontados com a evidência material e o aroma contundente, os dois, num surto de sinceridade, decidiram “colaborar”. Confirmaram que as mochilas eram suas (surpresa!) e que a viagem a Coxim tinha, de fato, um propósito comercial. O “Frango” finalmente foi colocado na panela, e desta vez não escapou do tempero.

Foram então devidamente convidados a conhecer as instalações do estado. Receberam voz de prisão, as tradicionais jóias de prata (algemas) – pois até o frango mais esperto acaba no prato –, e uma visita cortesia ao Hospital Municipal para um exame de corpo de delito.

Por fim, foram apresentados na Delegacia, juntamente com seus pertences: a “erva”, dois celulares (um Samsung e um Motorola, provando que não há preconceito de marca no mundo do crime) e os prontuários médicos que atestam, presumimos, que a única coisa ferida foi o orgulho do Sr. “Nunca me põe na chiqueira”.

E o frango, finalmente, foi empanado.

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