A Hipocrisia das Diárias: Enquanto Vereadores “Falam Errado” e Trazem Milhões, Prefeitura de Pedro Gomes(MS)Gasta e Cala

A prefeitura tem canalizado verbas significativas para custear cursos e diárias de servidores selecionados, valores que frequentemente superam seus próprios salários mensais. O problema, no entanto, não está no investimento em capacitação, mas na ausência de retorno social. Os conhecimentos adquiridos não são repassados às equipes, não há melhoria nos serviços públicos e a população permanece à margem desses supostos benefícios. São gastos que, em vez de construírem alicerces para uma administração mais eficiente, alimentam um ciclo de privilégios sem transparência.

Viagens que convertem em conquistas

Em oposição a essa lógica, as viagens dos vereadores a Campo Grande têm se mostrado investimentos estratégicos. Em apenas nove meses, esses deslocamentos garantiram mais de R$ 2 milhões em recursos destinados ao município. Longe de serem meros passeios, essas idas à capital representam uma ponte fundamental com a Assembleia Legislativa, onde se constroem as parcerias e se captam os recursos que fomentam o desenvolvimento local. A crítica fácil às diárias dos vereadores ignora o retorno material e imediato que tais esforços proporcionam.

Outro ponto de tensão nas sessões é a forma de expressão de alguns vereadores, como Bidu, cuja linguagem informal e despojada é alvo de deboche. No entanto, é preciso separar o essencial do acessório: o que importa é que a mensagem seja transmitida e compreendida por seus eleitores. A clareza e o contato direto com a população são mais valiosos do que um discurso formal, porém vazio. Enquanto alguns secretários e Prefeito se escondem em seus gabinetes ou fogem do contato popular, esses vereadores, mesmo com suas limitações linguísticas, cumprem o papel de representar e dar voz aos cidadãos.

A crítica à fala dos vereadores, muitas vezes feita por aqueles que cometem erros grosseiros de escrita em redes sociais, soa como hipocrisia. O foco deveria estar no conteúdo e na intenção, não na forma. O verdadeiro problema não é o “falar errado”, mas o “agir errado” – e, nesse aspecto, a inércia da prefeitura em promover melhorias palpáveis é muito mais grave.

Pedro Gomes vive um momento de definições. De um lado, vereadores que, mesmo com todas as imperfeições, buscam recursos e mantêm o diálogo com a população. De outro, uma gestão municipal que gasta sem demonstrar resultados e se afasta da comunidade. O debate precisa evoluir da crítica superficial à substância: o que realmente importa são as ações que transformam a realidade da cidade, e não a elegância do discurso daqueles que as propõem.

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