Jovens de Pedro Gomes transformam preocupação em ação e lideram conscientização na preservação do córrego Amarra Cabelo

Iniciativa de estudantes mobiliza comunidade para limpeza e replantio, destacando o poder da conscientização local como primeiro passo para a mudança global

Um sopro de renovação e esperança tomou conta das margens do córrego Amarra Cabelo na última sexta-feira, 13. Liderados pela determinação do jovem estudante João Victor Gomes Rodrigues, dezenas de voluntários, colegas, professores e moradores se uniram em uma força-tarefa comunitária para limpar um trecho degradado do curso d’água e replantar a mata ciliar. O projeto nasceu não de uma cobrança, mas de uma convicção: a de que a transformação do meio ambiente começa no olhar e na atitude de cada cidadão.

A semente da ação foi plantada por João Victor durante sua participação na Conferência Estadual e Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, com o apoio da Liga do Meio Ambiente. Mais do que um mutirão de limpeza, o evento se tornou uma aula prática de cidadania ambiental. Enquanto retiravam uma diversidade alarmante de resíduos – de garrafas plásticas e embalagens a itens maiores, descartados indevidamente, os participantes engajaram-se em diálogos sobre o impacto do lixo nos ecossistemas aquáticos, no solo e na saúde da comunidade.

“A gente muitas vezes vê o córrego e se acostuma com a sujeira, acha que é problema de outro. O que queremos é mostrar que o Amarra Cabelo é de todos nós”, refletiu um dos participantes, durante uma pausa no replantio de mudas nativas. “Cada saco de lixo que a gente tira daqui, cada árvore que a gente planta, é um recado. Um recado de que cuidar não é só trabalho da prefeitura ou do governo, é nossa responsabilidade diária”, completou.

O projeto evidencia uma mudança de paradigma necessária: a passiva expectativa por soluções externas está dando lugar a um movimento ativo de responsabilidade compartilhada. A degradação ambiental em microescala, como o descarte irregular em um córrego de bairro, é um reflexo direto dos hábitos cotidianos. Ao agir localmente, João Victor e os voluntários pontuam que a solução também começa no mesmo lugar: no entendimento de que o “jogar fora” não existe; o lixo apenas é deslocado, muitas vezes para o quintal coletivo da comunidade.

“Essa geração está nos mostrando que informação sem ação não gera transformação”, observou uma voluntária e apoiadora da iniciativa. “Eles entenderam que conscientização não é só falar, é fazer, é envolver, é dar o exemplo. O Amarra Cabelo hoje está mais limpo, mas o maior legado talvez seja a reflexão.

A limpeza do Amarra Cabelo foi, portanto, muito mais que um evento pontual. Foi a materialização de um conceito: o de que o cuidado com o planeta é a soma incontável de escolhas locais. Ao chamar a atenção não com discursos, mas com trabalho prático e resultado visível, os jovens de Pedro Gomes plantaram, literalmente e figurativamente, a ideia de que a preservação do “mundial” tão discutido começa no respeito ao “local”, no córrego da própria cidade. Um passo importante já pode ser discutido, a criação de uma rede de vigilância e cuidado contínuo, mantendo viva a Consciência ambiental das pessoas para que o córrego Amarra Cabelo nunca mais seja visto como lixeira, mas como patrimônio natural da comunidade.

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