Em um cenário político ainda marcado pela desigualdade de gênero, eventos como “O MS é Delas” se tornam essenciais para fomentar a participação feminina na vida pública. Realizado nesta sexta-feira (06/06), no Centro de Convivência do Idoso “Conviver”, em Costa Rica (MS), o encontro reuniu lideranças políticas, vereadoras, primeiras-damas e centenas de mulheres em busca de inspiração e ferramentas para superar os desafios da política brasileira.
Com presenças ilustres como a senadora Tereza Cristina (PP), a primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, a deputada estadual Lia Nogueira, e a prefeita de Sonora, Maria Clarice Ewerling, o evento teve como objetivo estimular mais mulheres a ocuparem espaços de poder, mostrando que, apesar das dificuldades, a representatividade feminina é possível — e necessária.
A Força da Mulher na Política: Desafios e Conquistas
Durante as palestras, as convidadas compartilharam suas trajetórias, desde os primeiros passos na vida pública até os desafios enfrentados em meio a uma estrutura política ainda predominantemente masculina. A senadora Tereza Cristina, conhecida por sua atuação no agronegócio e na política nacional, destacou a importância da persistência:
“Nós, mulheres, muitas vezes duvidamos da nossa própria capacidade. Mas quando ocupamos esses espaços, mostramos que somos capazes de liderar com competência e sensibilidade. A política precisa da nossa voz.”
Já a prefeita de Sonora(MS) Maria Clarice Ewerling, uma das poucas mulheres à frente de um município em Mato Grosso do Sul, ressaltou a necessidade de apoio mútuo: “Não é fácil conciliar família, carreira e vida pública. Mas quando nos unimos, quebramos barreiras que pareciam intransponíveis.”
Por que Ainda Há Poucas Mulheres na Política?
A sub representação feminina na política brasileira é um problema histórico. Embora as mulheres representem mais de 52% do eleitorado, ocupam apenas 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 16% no Senado. Os motivos vão desde a falta de incentivo partidário até as cobranças sociais e familiares que recaem sobre as mulheres.
A deputada Lia Nogueira lembrou que, mesmo com a lei de cotas, que exige que os partidos reservem pelo menos 30% das candidaturas para mulheres, muitas ainda enfrentam dificuldades para conseguir financiamento e visibilidade em campanhas. “Precisamos não apenas de vagas, mas de condições reais de competir”, afirmou.
“O MS é Delas” Como Inspiração para Novas Lideranças
Com mais de 300 participantes, o evento mostrou que há um desejo crescente das mulheres em participar da política, mas também a necessidade de mais iniciativas que as preparem para os desafios da vida pública. A primeira-dama Mônica Riedel enfatizou o papel de eventos como esse:
“Quando uma mulher entra na política, ela abre caminho para muitas outras. Esse encontro é sobre irmandade, sobre mostrar que nenhuma de nós está sozinha nessa jornada.”
O “O MS é Delas” não apenas celebrou conquistas, mas também plantou sementes para o futuro. Se depender da força e da determinação das mulheres presentes, a política brasileira está prestes a se tornar um espaço cada vez mais plural — e, quem sabe, em breve, muito mais feminina.
