Pedro Gomes foi palco de mais um espetáculo vergonhoso, disfarçado de “seleção” para rainha do rodeio. Seis candidatas foram escolhidas, não pela postura, pelas respostas ou pela dedicação, mas pura e simplesmente pela conveniência de quem comanda o circo. A prova, repleta de perguntas pessoais e subjetivas, impossíveis de serem avaliadas com critérios justos, serviu apenas para confirmar o que todos já esperavam: passaram apenas as que interessavam ao poder.
A cidade não para de comentar. As jovens que participaram de boa-fé saíram humilhadas e enganadas; suas famílias, revoltadas. E, como se não bastasse o constrangimento público, vazou um áudio do prefeito admitindo que faria uma reunião para “acalmar os ânimos” diante das acusações de manipulação e favorecimento. A reunião aconteceu, mas não resolveu nada — serviu apenas para adoçar o discurso e anunciar que, “no ano que vem, não haverá mais seleção”. Em outras palavras: a bagunça foi tanta que preferiram extinguir o evento a assumir a falcatrua.
O que a população testemunhou, porém, vai além de uma simples escolha injusta. Assistiu a uma gestão que manipula até os direitos e os sonhos das pessoas. Uma administração que não compreende o básico: quando se brinca com o sonho de uma jovem, destrói-se algo muito mais sério do que um concurso — destrói-se a confiança pública.
É inaceitável que, em uma cidade pequena como a nossa, onde todos se conhecem, o mérito continue sendo atropelado pelo favoritismo e pelas relações pessoais. E é ainda mais revoltante quando algumas das escolhidas cometem erros grotescos de português, evidenciando que ali não houve critério algum — apenas pura conveniência.
Pedro Gomes não precisa de desfiles montados para agradar aos que estão no poder. Precisa de transparência, respeito e gestores que entendam que honestidade não é enfeite: é obrigação. Porque uma cidade que aceita a manipulação até em um simples concurso de rainha do rodeio, aceita ser manipulada em tudo.
